domingo, 16 de maio de 2010

PRESTAÇÃO DE SOCORROS NO CHOQUE ANAFILÁTICO


O choque anafilático é a forma mais grave de reação de hipersensibilidade, desencadeada por diversos agentes como drogas, alimentos e contrastes radiológicos. Os sinais e sintomas podem ter início após segundos à exposição ao agente ou até uma hora depois. O quadro típico é o de colapso cardiorrespiratório em poucos minutos. A avaliação e o tratamento imediatos são fundamentais para evitar a morte.

A perviedade da via aérea, a oferta de oxigênio por máscara e a administração de adrenalina devem ser imediatos e simultâneos. No paciente em colapso, a injeção intravenosa de adrenalina, na dose de 0,3 a 0,5 mg de uma solução de 1:10.000, é preferível. Se o acesso venoso não é disponível, a injeção no plexo venoso sublingual pode ser realizada. O uso subcutâneo da adrenalina, 0,3 a 0,5 mg da solução 1:1000, é indicada apenas àqueles que não estão em choque circulatório. A intubação orotraqueal imediata pode ser necessária. Angioedema e espasmo laríngeo podem tornar o acesso a via aérea impossível. Nestas circunstâncias, a punção da membrana cricotireoídea e ventilação a jato e/ou a cricotireoidotomia cirúrgica podem ser necessárias para manter a oxigenação cerebral.

Se o choque anafilático ocorreu durante a infusão de uma droga ou contraste radiológico, estes devem ser imediatamente suspensos. Se a reação ocorreu após uma mordedura em uma extremidade, um torniquete proximal pode retardar a disseminação do alérgeno, até que medidas de suporte básico estejam asseguradas. Os pacientes hipotensos devem ser colocados em posição de Trendelenburg, cabeça para baixo e pernas elevadas, e a infusão de solução salina fisiológica deve ser iniciada assim que obtido o acesso venoso.


A hipotensão refratária deve ser revertida com drogas vasoativas como a dopamina, noradrenalina ou adrenalina. Corticosteróides por via intravenosa, metilprednisolona 125 mg, são indicados para minimizar a reação e devem ser mantidos por pelo menos 72 horas, assim como anti-histamínicos, como a difenilhidramina, 50 mg por via endovenosa. Broncodilatadores inalatórios auxiliam no combate ao broncoespasmo. Anestesia geral e curarização podem ser necessárias na insuficiência respiratória grave. Reações tardias e recorrências são possíveis. Os pacientes tratados por colapso cardiorrespiratório exigem cuidados intensivos em terapia intensiva, com monitorização rigorosa dos sinais vitais e funções orgânicas.

Fonte:1. Atkinson TP, Kaliner MA. Anaphylaxis. Med Clin North Am 1992; 76: 841-9.

2. Salomone JÁ. Anaphylaxix and acute allergic reactions. In: Tintinalli JE. Emergency medicine. American College of Emergency Physicians. 4th ed. New York: Mc Graw Hill; 1996. p. 209-11.

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Postado por: Ítalo


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